terça-feira, 30 de outubro de 2007

Um pouco sobre cinema


Retrato da miscigenação brasileira, o filme O Pagador de Promessas (1962), do diretor Anselmo Duarte, discute em seu enredo importantes questões sociais em pauta no país na década de 1960. Ao lado de outras importantes produções cinematográficas como Vidas Secas, de Nelson Pereira, e de Deus e o Diabo na Terra do Sol, produzido por Glauber Rocha, inaugura uma era tida como revolucionária na filmografia nacional que surpreendia não apenas pela qualidade técnica, mas por suas temáticas engajadas e críticas sociais bem formuladas.

Paradigmas para um jornalismo em multimeios

O texto A internet e o novo papel do jornalista, de Inês Mendes Moreira Aroso, discute a influência dessa nova tecnologia da informação e comunicação no desempenho da profissão jornalística. A autora disserta sobre as alterações percebidas no fazer profissional, ao passo em que vislumbra futuros horizontes a serem desvendados. Dividido nos capítulos “Competências do jornalista” e “O fim do jornalista?”, o texto apresenta a internet como participante ativa na construção de um novo modelo de jornalismo.

Atualmente, a internet vem criando novas formas de fazer o jornalismo, a facilidade e infinidade de informações presentes no modelo de sociedade moderna fazem com que o jornalismo, antes fonte rara de acesso à informação, precise mudar e adaptar-se as necessidades contemporâneas.

A ruptura com antigos paradigmas surge na prática do dia-dia, através da popularização do acesso e do aumento vertiginoso de possibilidades de trabalho. Tudo no mundo virtual é simplificado, softwares, redes, equipamentos, a tecnologia simplifica, permite e conquista seus usuários por meio do fascínio. No âmbito da comunicação as contribuições da internet são cada vez mais significativas, seu surgimento força mudanças expressivas, traz a participação efetiva de todos, e obriga jornalistas e comunicólogos a repensarem o bem fazer da profissão.

No texto, a autora aponta que esse novo jornalismo pede que o profissional possua dois tipos de competência bem distintos, a intelectual e a habilidade tecnológica, ou seja, o saber tecnológico necessário para lidar com os inúmeros aparatos e os conhecimentos para compreensão e elaboração de um bom material.

Se antes, após a formação acadêmica cada profissional moldava-se com afinco as necessidades do veículo em que desejava trabalhar, agora com a chegada do jornalismo on-line, se espera desse mesmo profissional a versatilidade desmedida e a plenitude de competências. A necessidade atual aponta para um profissional multimeios, com habilidades para trabalhar em todos os veículos, fundidos em um só, com rapidez e qualidade.Exige-se do profissional o poder da interação com os diversos meios de maneira criativa com um desempenho diferenciado.

Da mesma forma que a televisão alterou a forma de fazer jornalismo na época de seu advento, a internet vem usando seu potencial para reformular muitos paradigmas. Com o trabalho de pesquisa infinitamente facilitado, a função do jornalista como fonte de informação passou a ser questionado, para que serve um profissional especializado em fazer algo que qualquer outro pode fazer por ele?

Outras reflexões à cerca da profissão norteiam até mesmo antigas referências teóricas do jornalismo, como o papel do gatekeeper, a existência da agenda setter e a de filtro noticioso, se as fontes tornaram-se acessíveis a audiência, a funcionalidade dessas considerações jornalísticas perde seu sentido original. Porém, a autora ressalta que ao contrário do que muitos autores acreditam; que a concorrência com a própria audiência pode minar o jornalismo; o texto demonstra que percebidas por outros ângulos, essas mudanças trazem inúmeros benefícios ao jornalismo sendo capaz até mesmo de forçar o amadurecimento do profissional da comunicação.

O cenário desenhado demonstra que o jornalista não mais detém o monopólio de acesso a informação, as grandes corporações não são as únicas responsáveis pela difusão das notícias, o público é ao mesmo tempo difusor e consumidor dos seus próprios produtos, portanto a informação carece de um maior cuidado ao ser formulada. A autora aponta para uma conseqüente recuperação do jornalista como profissional da comunicação; se atualmente qualquer blog pode apresentar ao leitor informações valiosas sobre acontecimentos importantes; cabe ao jornalista como profissional que detêm em seu arcabouço a credibilidade necessária para a formação de um vínculo de confiança com a sociedade, manter sua integridade e apresentar continuidade em bons trabalhos.

Além disso, cabe ao profissional da comunicação jornalística selecionar o que realmente deve chegar até seu público, perdido entre inúmeras atribuições o homem contemporâneo não tem tempo de selecionar o que realmente lhe importa e acaba sendo surpreendido pelo turbilhão de informações que sobrecarregam seu dia-dia. É preciso um profissional que saiba trabalhar com a hierarquização do relevante, e assim o jornalista mais uma vez tem seu papel ressaltado. O selecionador ou hieraquizador de informações faz sua triagem atribuindo significado as abordagens.

A internet não trouxe contribuições apenas para aqueles que pretendam trabalhar diretamente com esse veículo, aos poucos sua influência introduz alterações significativas em todos os
demais veículos alterando o modo de fazer da profissão. Dessa maneira, o trabalho apresentado por Aroso é de extrema relevância para os profissionais em formação acadêmica, assim como para aqueles que já pertencem ao mercado profissional e sentem a necessidade de compreensão dos novos paradigmas do jornalismo.

O profissional da comunicação possui em essência a capacidade de interação entre o mundo e o universo da informação, é ele que desvenda para seu expectador as diversas nuances da realidade, portanto cabe a esse profissional trabalhar intimamente com as novas tecnologias, aproveitar as lições de interação propostas pelos meios e trabalhar para que o fazer jornalístico ganhe com esses novos paradigmas.

Considerações de um petista em plena crise




Éramos pedra, agora somos vidraça”, a conhecida frase tão proclamada pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fez parte do repertório do professor, militante político e sindicalista Bráulio Wanderley, em entrevista aos estudantes de jornalismo da UNEB. O encontro aconteceu na tarde do dia último dia 09, onde durante mais de três horas, Bráulio mostrou tranqüilidade ao tratar de um tema familiar a sua trajetória de vida, a política.

Há 18 anos como militante socialista, Bráulio Wanderley é um homem simples e de traços fortes. Em seu currículo, muitas interseções no movimento estudantil e uma constante vinculação a partidos políticos, suas bases foram adquiridas durante sua passagem pelo PC do B, onde chegou a participar da "Campanha Fora Collor", mas seu amadurecimento na área é fruto de dez anos de atuação no Partido dos Trabalhadores-PT, que ajudou a fundar na cidade de Petrolina. Habilidoso com as palavras resumiu idéias, defendeu e criticou a atuação do próprio partido, e teceu considerações sobre a atuação do presidente no comando do país.

Movimento Estudantil x Partidos

Questionado sobre a relação entre política e movimento estudantil, Bráulio acredita que é complicado misturar a defesa de ideais partidários dentro da militância estudantil, ele entende que são campos distintos, mas reconhece a pesada influência dos partidos dentro de um movimento que há muito vêm perdendo suas características. “O movimento estudantil, depois do ‘Fora Collor’, virou uma máquina de vender carteira de estudante”, enfatiza o entrevistado.



Partido dos Trabalhadores


Bráulio entende a atual crise petista como fruto de um crescimento desordenado e de erros de percurso, sem controle sobre a formação de sua militância, características vitais para a existência do partido, como a ideologia partidária, foram perdidas pelo caminho. Além disso, a centralização de poder em uma região específica tem seu preço: “O Partido dos Trabalhadores possui uma essência muito ligada ao sul, semelhante ao PSDB, o que impossibilita de perceberem as boas experiências no interior do país”.
Para Bráulio, outro ponto delicado na discussão sobre partidos são as costumeiras alianças entre partidos: “A aliança é uma parte estranha da história.No meu imaginário determinadas alianças são impensáveis, não é por sectarismo, mas acho que nossos princípios não devem cair como o muro de Berlim. Imagine fazer o povo das bases, que acredita no socialismo, que segura a bandeira, entender determinadas alianças”.

E o Renan?


Questionado sobre se vale tudo pela manutenção das bases, Bráulio respondeu que toda a pressão sofrida por Renan é apenas mais uma forma encontrada pela oposição para atingir o governo Lula. “O presidente está blindado, no início desse caso quiseram colocar o adultério como crime, eu particularmente entendi aquilo como uma palhaçada, mas quanto mais se queria defender, mais a coisa complicava, se precisasse faria como o Suplicy e me absteria do voto e da decisão”.


O Vale do São Francisco

A atuação do PT no Vale do São Francisco fez parte da discussão, sobre Juazeiro, Bráulio acredita que a cidade fez uma campanha quase que messiânica, “não se falava em partidos, mas em pessoas, a campanha na cidade foi baseada na personificação e não no trabalho de desenvolvimento proposto pelos partidos”, afirmou fazendo referência a disputa entre Joseph Bandeira(PT) e Misael Aguilar (ex-DEM) pela cadeira do executivo municipal. Em Petrolina, cidade onde atua partidariamente, Bráulio explica que o PT já fez uma vice-prefeita, Isabel Cristina, atualmente deputada estadual, e pretende apostar novamente na candidata desta vez para prefeita da cidade: “A minha opinião é que o PT deva lançar candidatura própria em Petrolina, se não for Isabel que seja outro nome, (...) Petrolina não pertence mais aos ‘Coelhos’, que divididos estrategicamente sempre estavam no poder, agora podemos apostar em novos nomes”.

Esse não é o primeiro, mas.....

Será utilizado para postagem das atividades recomendadas em sala. Um abraço e boa sorte para todos nós!!!